sábado, 30 de julho de 2011

Subsídios Escola Bíblica - Lição 05 - O Reino de Deus na Terra

LIÇÃO 05 - O REINO DE DEUS ATRAVÉS DA IGREJA

INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos que o principal representante do Reino de Deus aqui na Terra é a Igreja. Sabemos que o Reino vai além dela, pois esta teve sua inauguração no dia de Pentecostes e atingirá o ápice de sua glorificação quando do arrebatamento, ao passo que o Reino de Deus já existia antes dela, principalmente por meio de Israel, e continuará a existir após o arrebatamento, no Reino Milenial e na eternidade.

I - O REINO DE DEUS E A IGREJA

No Antigo Testamento, Deus mandou levantar o tabernáculo para habitar com o seu povo: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Ex 25.8). Ele encheu-o com a Sua glória (Ex 40.34). Também o templo foi levantado com a mesma finalidade (I Rs 6.11-13) e Deus prometeu que os seus olhos e o seu coração estariam ali para sempre (I Rs 9.3-5). Já no Novo Testamento, Deus prometeu fazer da Igreja a sua morada (Ef 2.21,22; I Co 3.16). Jesus afirmou que onde estivessem dois ou três reunidos no seu nome, ele ali estaria (Mt 18.20). É importante traçarmos este paralelo entre a Antiga e a Nova Aliança, no que diz respeito a representação do Reino de Deus.

Vejamos as similaridades de dois textos notáveis:

ISRAEL (Ex 19.5,6)

IGREJA (I Pe 2.9)

Propriedade peculiar

Propriedade peculiar

Reino sacerdotal

Reino sacerdotal

Nação santa

Nação santa

A nação deveria levar o conhecimento do Senhor

perante as demais nações

A Igreja do Senhor também deve anunciar as virtudes do

Senhor Jesus Cristo em todos os lugares

Israel falhou no seu propósito, e o conhecimento de



Deus ficou mais restrito aos hebreus

A Igreja não falhou no seu propósito e continua

espalhando o conhecimento do Senhor entre as nações



Apesar das muitas semelhanças, podemos mencionar duas diferenças principais entre Israel e a Igreja:

a) O sacerdócio no Antigo Pacto era restrito a uma minoria qualificada. Sua atividade distintiva era oferecer sacrifícios a Deus em prol do seu povo e comunicar-se diretamente com o Senhor (Ex 28.1; II Cr 29.11). Agora, por meio de Cristo, todo crente é constituído sacerdote para serviço de Deus (Ap 1.6; 5.10).

Isso significa que todo cristão tem acesso direto a Deus, através de Cristo (I Pe 3.18; Jo 14.6; Ef 2.18), deve viver em santificação (I Pe 1.14-17), deve oferecer sacrifícios espirituais (Rm 12.1,2; Fp 2.17; 4.18; Hb 13.15), deve interceder uns pelos outros (Cl 4.12; I Tm 2.1) e devem proclamar a Palavra (At 4.31; I Pe 3.15).

b) A expansão do Reino quando o seu representante era tão somente Israel quase não aconteceu. Dentre outros motivos, estava o sentimento de exclusivismo por parte dos judeus, o que os impedia de romper as fronteiras e as culturas das demais nações (Rm 9.1-8). Já o crescimento da Igreja e, consequentemente, do Reino se dá exponencialmente:

At 2.41. Quase três mil almas;
At 4.4. Quase cinco mil almas;
At 5.14. A multidão cresce mais e mais;
At 13-28. Através das viagens missionárias, o Reino de Deus torna-se conhecido até além do vastíssimo Império Romano;
Hoje, mediante a obra missionária e o avanço tecnológico, a Igreja prega a mensagem da Palavra de Deus de forma intercontinental, sendo ela composta de pessoas de todas as raças, línguas, tribos e nações
Não nos esqueçamos de que a Igreja é a principal representante do Reino de Deus na atual dispensação, porém este vai além daquela, uma vez que já existia antes dela e continuará existindo após o seu arrebatamento.

II - O REINO DE DEUS PRESENTE NA IGREJA

Analisemos as três vias principais da presença do Reino de Deus na Igreja:

2.1 Na pregação cristocêntrica. Desde os primórdios a Igreja anuncia a Cristo incessantemente. Vemos isso já nos sermões dos apóstolos registrados no livro de Atos. Destaquemos alguns pontos de alguns sermões. Iniciemos com o sermão de Pedro no capítulo 2:

vs.22 - Jesus é apresentado como aprovado por Deus e realizador de milagres e maravilhas;
vs.23 - Jesus é mencionado como alguém que foi injustiçado;
vs.24 - Jesus foi ressuscitado por Deus e mostrou senhorio sobre a morte;
vs.25-28 - Jesus é o cumprimento de profecias veterotestamentárias;
vs.32 - Jesus é digno de testemunho;
vs.33 - Jesus foi exaltado pelo Pai e é apresentado como o que derrama o Espírito Santo;
vs.34 - Jesus é o Senhor do rei Davi;
vs.35 - Jesus é Senhor e Cristo.
Vejamos também o sermão de Paulo no capítulo 13:

vs.23 - Jesus é o descendente de Davi e o Salvador de Israel;
vs.25 - Jesus é digno de muitas honrarias;
vs.27-29 - Jesus sofreu uma morte injusta, porém necessária;
vs.30 - Jesus ressuscitou dos mortos;
vs.33,35 - O livro dos Salmos testifica de Cristo;
vs.36 - Jesus é incorruptível;
vs.38 - Jesus é remidor de pecados;
vs.39 - Jesus é o único justificador.
Não podemos fazer diferente. Jesus deve ser o centro de toda mensagem bíblica. Ele encarnou, viveu neste mundo, morreu na cruz do calvário para garantir-nos a redenção, ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céus e reina a direita de Deus. E continua salvando, curando, batizando com o Espírito Santo, preparando o homem e virar buscar os seus em breve.

2.2 Na comunhão. O apóstolo Paulo afirmou que o Reino de Deus consiste em justiça, paz e alegria (Rm 14.17), isso implica necessariamente numa maravilhosa comunhão entre os seus integrantes. Tal comunhão, porém, só é possível devido a ação do amor de Deus, que foi derramado em nossas vidas por meio do Espírito Santo (Rm 5.5; I Jo 1.3). A nossa comunhão com Deus possibilita a comunhão com o próximo. Uma depende da outra (I Jo 1.7).

Lembremos que a Igreja é o Corpo de Cristo, cujos membros estão bem ligados e ajustados, mantendo um relacionamento contínuo de interdependência e cumplicidade (I Co 12.12-26). Estamos fortemente vinculados pelo amor (Cl 3.14), de forma que sentimos todos uma mesma coisa (I Co 12.26), alegrando-nos com os que se alegram e chorando com os que choram (Rm 12.15). A comunhão perfeita entre os crentes é um dos principais agentes de proclamação para o mundo (Jo 13.35).

2.3 Nas Boas Obras. O apóstolo Paulo nos diz que a salvação não é alcançada pelas obras (Ef. 2.9), porém todo salvo deve praticá-la : “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10). Trata-se de uma forma eficaz de proclamação da mensagem do evangelho (Mt 5.16). Tal qual Dorcas, o crente deve ser “cheio de boas obras e esmolas” (At 9.36).

Tiago foi enfático ao dizer que é impossível continuar professando a fé em Cristo sem a prática de boas obras, já que estas são uma expressão daquela (Tg 2.14-26). Atentemos para a recomendação paulina registrada em Gl 6.10: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos na fé”.

CONCLUSÃO

A Igreja é parte integrante do Reino de Deus e segue firme e inabalável na sua marcha rumo aos céus.

Muitos mais do que na Antiga Aliança, “os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho” (Mt 11.5).

REFERÊNCIAS

_ Bíblia de Estudo Pentecostal. Donald C. Stamps. Ed Cpad;

_ Teologia Sistemática. Eurico Bergstén; Cpad;

_ Teologia Sistemática. Stanley Horton; Cpad;

_ Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Myer Pearlman; Vida Acadêmica.



Publicado no site da Rede Brasil de Comunicação

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